Dizimo
Já vi pastores, na hora do “ofertório”, lerem Deuteronômio 26:1-11. Por favor, leia essa passagem e responda com sinceridade:
- Você entrou na terra que o Senhor te deu por herança, terra que mana leite e mel?
- Quando você paga o dízimo você leva num cesto “os frutos do solo”, “frutos da terra”?
- Onde está o altar em que o sacerdote deposita o cesto?
Você não pode alegorizar apenas uma parte do texto. A passagem é literal.
- E por fim, quem é esse “sacerdote”? O pastor? Pedro não ensina que todos somos sacerdotes?
Essa forma de perguntas e respostas – que foi brilhantemente usada por Deus no livro de Malaquias – serve para esclarecer pontualmente as eventuais dúvidas que ainda persistam, depois do nosso bate-papo, às vezes acalorado, da semana passada. A íntegra está no site da Mary Schultze. Fiz apenas pequenas edições e acréscimos para clarear ainda mais; porém o raciocínio principal está preservado. Que Deus abençoe a sua vida e lhe dê esclarecimento.
Não deixe de consultar as referências bíblicas – isso é fundamental para o entendimento. Era assim que os bereanos agiam, e porisso foram elogiados. Seja também um bereano, verificando nas Escrituras se as coisas são de fato assim (Atos 17:11). Forme sua opinião baseando-se nas Escrituras e não em preconceitos, sofismas e tradições humanas.

Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade? (Gálatas 4:16)

Pergunta - O que Abraão deu a Melquisedeque, após ter sido por ele abençoado?
Resposta - O Dízimo (Gênesis 14:18-20).

Pergunta - Qual foi o voto que Jacó fez a Deus?
Resposta - De dar o Dízimo de tudo que Deus lhe concedesse (Gênesis 28:20-22)

Pergunta - O que Deus deu aos levitas?
Resposta - Os Dízimos dos filhos de Israel (Gênesis 18:21-24)

Pergunta - O que Deus mandou dar a Aarão?
Resposta - O Dízimo do Dízimo (Números 13:26-28)

Pergunta – Devemos continuar cumprindo mandamento do Dízimo, dado aos israelitas da Velha Aliança?
Resposta – Não, porque senão teríamos que cumprir todos os mandamentos (Tiago 2:10; Gálatas 3:10).

Pergunta - Mas o Dízimo de Abraão e o de Jacó foram dados quando ainda não existia a Lei...
Resposta - Abraão não deu o Dízimo de seu salário, nem de seus bens, nem de seus ganhos, mas dos despojos de uma guerra e não há registro de que ele tenha dado o Dízimo outra vez. Você por acaso já recebeu algum despojo de guerra? E também não há registro de que Jacó tenha dado o Dízimo mais de uma vez. Outras coisas também são anteriores à Lei, como o Dízimo, mas ninguém pratica: a circuncisão, o sacrifício de animais, a separação entre animais puros e impuros, a permissão da poligamia... pode parecer estranho, mas qual o motivo de se seguir algumas coisas e outras não, mesmo anteriores à Lei?

Pergunta - Qual era a finalidade dos Dízimos anuais?
Resposta - Para o povo comer no local escolhido por Deus para a solenidade. (Deuteronômio 14:22-23).

Pergunta - Quando o local da solenidade ficava muito longe, o que era feito?
Resposta - Os produtos eram vendidos e com o dinheiro era comprado o que fosse desejado para comer perante Deus e alegrar-se em Sua casa (Deuteronômio 14:24-26)

Pergunta - O que era feito a cada ano com os Dízimos, nas cidades?
Resposta - Eram dados aos levitas, aos órfãos e às viúvas (Deuteronômio 14:27-29). Não iam para o sacerdote administrar a seu bel-prazer.

Pergunta - Com o estabelecimento da Nova Aliança, o que aconteceu com a Antiga?
Resposta - Tornou-se antiquada (Hebreus 8:7,13).

Pergunta - O que aconteceu como sacerdócio levítico?
Resposta - Teve fim. Foi substituído pelo sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 7:11).

Pergunta - Com a mudança do sacerdócio o que também mudou?
Resposta - A Lei. (Hebreus 7:12).

Pergunta - Mas se não dermos o Dízimo, como fica Malaquias 3:9, que diz que a nação roubava a Deus?
Resposta – O livro de Malaquias foi escrito como uma repreensão aos sacerdotes. Ali Deus chama de ladrão o sacerdote que não distribuía o produto dos Dízimos recebidos, mas o retinha para si. O pecado recaía sobre toda a nação porque o sacerdote representava a nação diante de Deus, assim como o rei. Quando Davi pecou, fazendo o censo, o juízo veio em forma de uma peste sobre Israel (Ezequiel 22:26; Lamentações 4:11, 13).

Pergunta - Qual era o mandamento que os levitas tinham no Velho Testamento?
Resposta - O de receber os Dízimos.

Pergunta – Então por que Deus aboliu o sacerdócio levítico?
Resposta - Por causa de sua fraqueza e inutilidade. (Hebreus 7:18).

Pergunta – E o sacerdócio de Jesus Cristo?
Resposta - É imutável, porque Cristo não morre mais (Hebreus 7:23-25).

Pergunta - O que Jesus não tem necessidade de fazer e por que?
Resposta - Ele não tem necessidade de oferecer sacrifícios todos os dias, porque ofereceu-se a Si mesmo e o Seu sacrifício é perfeito para sempre (Hebreus 7:27-28). Ele cumpriu tudo que a Lei exigia.

Pergunta - Com quanto o cristão deve contribuir para a Igreja do Senhor? Dez por cento?
Resposta – Deve contribuir com o que tiver proposto em seu coração (2 Coríntios 9:7; 11:7; 1 Coríntios 9:18; Mateus 10:8).

Pergunta - O que disse Paulo às igrejas a respeito de contribuir?
Resposta - No primeiro dia da semana, cada um separe uma parte conforme a sua prosperidade (1 Coríntios 16:2).

Pergunta - Quanto devemos pagar, a fim de recebermos a água da vida?
Resposta - NADA! Ela é de graça. Apocalipse 22:17; 15-a; 7:17; 21:6).

Pergunta - Qual a única dívida que o cristão jamais conseguirá pagar?

Resposta - O AMOR! (Romanos 13:8-10).

Pergunta - Mas não é mais abençoado o cristão que paga o Dízimo?
Resposta - Conforme Paulo, quem paga Dízimo está cumprindo uma Lei do Velho Testamento. Jesus diz em Lucas 16:16 que “toda a lei e os profetas duraram até João”, referindo-se à Lei cerimonial da qual o Dízimo faz parte. Essa é Lei a que Jesus se refere quando diz que não veio “ab-rogar a Lei”, em Mateus 5:17 (“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir”). E Ele a cumpriu, quando foi sacrificado no Calvário, de uma vez por todas. A Lei moral, expressa nos Dez Mandamentos, é eterna e foi até ampliada por Jesus, ao dizer que é preciso exceder a justiça dos escribas e fariseus. Não basta não adulterar, é preciso não olhar com intenção adúltera. Não basta não matar, é preciso não odiar no coração. De novo, a Lei moral é eterna; mas a Lei cerimonial já foi cumprida por Jesus, ela é passageira (Hebreus 8:13 diz “O novo pacto tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e envelhece, perto está de desaparecer”), como Paulo ensina. Mais uma vez: o Dízimo faz parte da Lei cerimonial (levitas, sacerdotes, etc.). Paulo diz em Gálatas 3:23-25: “...antes que viesse a fé, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de revelar. De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio”. Paulo vai além Gálatas 3:10: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Em Gálatas 5:4, ele completa o raciocínio: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído”.

Pergunta – E se o cristão não entregar o Dízimo, como a igreja poderá sobreviver?
Resposta – Deus não precisa de dinheiro, Ele é dono da prata e do ouro, e de toda a nossa vida. Quem precisa do "nosso dinheiro" e "nossos bens" são os pobres e necessitados, ministros que vivam do Evangelho e para o Evangelho, sem outra fonte de renda, missões, evangelismo, missionários em terras estrangeiras. Não temos que dar a Deus 10%, mas sim TUDO. Tudo que temos é Dele. E se é Dele, Ele pode redistribuir entre nossos irmãos necessitados. O cristão pode reservar toda semana uma oferta, um valor conforme suas posses, de acordo com o que Deus colocar em seu coração – 1%, 5%, 10%, 20%, 50%, quem sabe 100% - e depositar no gazofilácio. Dessa forma a Igreja pode fazer o que a Igreja de Atos fazia: não cobrar Dízimo, não discriminar quem não “dizimar”, nem mesmo pregar sobre Dízimo, mas usar ofertas voluntárias para cuidar dos pobres e necessitados, contribuir para missões e o sustento de missionários, e eventualmente para alguma despesa extra e necessária da igreja, exatamente como Paulo ordenou e era a prática dos cristãos, até que a Igreja se misturou com o mundo, enriqueceu e começou a gostar cada vez mais de dinheiro.
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